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História TRASSADO
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Em 2008, o Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sob a coordenação da Profa. Maria Lúcia Vaz Masson, firmou uma parceria com a Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC-BA), junto ao "Programa de Atenção à Saúde e Valorização do Professor" da SEC-BA, iniciando a estruturação de uma rede de atenção à saúde do professor, a qual incluía ações de promoção à saúde, prevenção da doença, bem como assistência aos docentes acometidos pelos maiores agravos a saúde docente, a saber: disfonia (problemas de voz), LER/DORT e transtorno mentais.

O Programa foi criado incialmente pela área de Fonoaudiologia, sendo composto por profissionais fonoaudiólogos (preceptores), professores e alunos das quatro instituições de ensino superior (IES) da região metropolitana de Salvador à época: Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade do Estado da Bahia (UNEB), União Metropolitana de Educação e Cultura (UNIME) e Centro Universitário Jorge Amado (UNIJORGE). Estruturou-se o programa de modo que extensão e pesquisa fossem realizados conjuntamente, oferecendo-se assistência integral aos docentes, formação de recursos humanos no campo dos cuidados à saúde docente, bem como a investigação científica do perfil ocupacional, da saúde do professor, da prevalência dos maiores agravos, das condições de trabalho, fatores associados ao adoecimento, estratégias para minimizá-lo e eficácia das ações realizadas.

As atividades formalizaram-se por meio dos projetos de extensão SIATEX/UFBA nº 1343 e 8003 (Campanhas de Voz), SIATEX/UFBA nº 2415 (Atuação Fonoaudiológica no Programa de Atenção à Saúde e Valorização do Professor da SEC-BA), SIATEX/UFBA nº 5021 (Estratégias de Prevenção da Disfonia: aquecimento vocal). A assistência foi organizada em atividades de promoção da saúde e prevenção da doença, por meio de oficinas realizadas por fonoaudiólogos-preceptores nas unidades escolares, com a auxílio de estudantes de Fonoaudiologia.

Os casos identificados eram encaminhados para o Serviço de Saúde Ocupacional (SESAO), do Pavilhão Magalhães Neto, Hospital das Clínicas (Complexo HUPES/UFBA), que à época realizava atendimento ao público externo para diagnóstico e tratamento nas áreas de Medicina do Trabalho, Otorrinolaringologia, Fonoaudiologia, Psicologia e Fisioterapia. Com a mudança de gestão, o SESAO passou a atender somente a demanda interna, sendo os professores referenciados para o Ambulatório de Voz Profissional do Serviço de Fonoaudiologia, do Pavilhão Professor Magalhaes Neto, Complexo HUPES/UFBA, que continua com a prestação de assistência até os dias atuais e realiza os encaminhamentos necessários para o tratamento.

A ampliação da assistência para as demais áreas de agravo trouxe uma perspectiva interdisciplinar para o Programa, que passou a contar com uma equipe composta por psicólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais, além de fonoaudiólogos e nutricionistas. As oficinas realizadas nas escolas passaram a ser realizadas por equipes multiprofissionais, com ações que contemplavam as diferentes áreas. A SEC-BA organizou o serviço de acolhimento no SAC-Educação, constituindo-se como elo intermediário entre as escolas e serviços parceiros, como o Ambulatório de Voz Profissional do Complexo HUPES/UFBA. A mudança foi formalizada por um novo projeto (Programa de Atenção à Saúde e Valorização do Professor), registrado no SIATEX/UFBA sob o no. 8223, de modo a contemplar as diferentes áreas.
Em 2012, a área de pesquisa amplia sua inserção, por meio das parcerias com o Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho da Faculdade de Medicina da Bahia (FAMEB/UFBA), Núcleo de Epidemiologia (NEPI), da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), sob a responsabilidade da Profa. Tânia Maria de Araújo e do Curso de Fisioterapia, com a colaboração temporária da Profa. Kionna Oliveira Bernardes dos Santos. Nessa etapa, além de compreender as condições de trabalho docente e seus diferentes agravos, o objetivo foi verificar também o efeito de estratégias protetoras da voz para docentes no seu local de trabalho por meio do projeto “Condições de Trabalho Docente e Saúde: intervenções para a construção de ambientes de trabalho saudáveis”, financiado pela FAPESB; e “Estratégias protetoras de disfonia em professores”, com auxílio do CNPq. Foram testadas três estratégias em cinco escolas: amplificação da voz; nebulização e exercício do trato vocal semiocluído (ETVSO) com canudo comercial, os quais demonstraram efeitos positivos na voz dos professores. Com a finalização da coleta, em novembro de 2017, e apoio financeiro da PROEXT/UFBA, elaborou-se uma cartilha educativa, para orientação aos docentes sobre estratégias protetoras da voz, assim como esse blog, que contém informações, pesquisas sobre saúde docente.

A partir de 2015, a pedido do SINPRO-BA, elaboramos o projeto “Trabalho docente e saúde na educação infantil: estudo piloto”, retomamos as discussões sobre o reconhecimento do distúrbio de voz relacionado ao trabalho (DVRT) e iniciamos nossa internacionalização com parceiras que trouxeram grande relevância ao nosso trabalho, como o Massachusetts General Hospital (MGH) Voice Center, da Harvard Medical School (EUA); University College London (UCL-UK) e Universidade de Illinois Urbana-Champaign (UIUC-EUA), nos projetos “Saúde vocal: monitoramento de voz e estratégias protetoras de disfonia” (Pós-doutorado no Exterior, Harvard Medical School, Ciências sem Fronteiras/CNPq); “Há evidências suficientes para reconhecer o distúrbio de voz como doença relacionada ao trabalho?” (UCL-UK) e “Conforto acústico: saúde vocal docente e inteligibilidade de fala” (UIUC-EUA). Tais parceiras contribuíram para a ampliação da tecnologia utilizada, como o monitoramento de voz em tempo real, a publicação do protocolo DVRT pelo Ministério da Saúde e a criação do “Laboratório de Voz e Conforto Acústico”, a ser implantado com o auxílio da Financiadora de Inovação e Pesquisa (FINEP). O grupo criou uma identidade própria e passou a se intitular “Trabalho e Saúde Docente” (TRASSADO).

Esperamos que esse blog sirva como um canal de comunicação e troca de experiências, as quais possam contribuir para a melhoria das condições de trabalho e saúde docente.

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